Além do sabor especial, o socol celebrou mais de um ano de Indicação Geográfica (IG) neste mês
O socol, tipo de presunto cru, começou a sua história em Venda Nova há muitos anos com a chegada dos imigrantes italianos. Eles vieram da região do Vêneto do nordeste da Itália e preparavam essa iguaria para consumo ou em datas especiais. Após 1989, com a promoção do agroturismo no Município, esse aperitivo alcançou espaço no mercado para complementar a renda dessas famílias e em 2018 recebeu certificação de Indicação Geográfica (IG).
Essa criação é um tipo de embutido de lombo suíno, temperado com sal, pimenta e alho. A produção artesanal desse aperitivo teve algumas melhorias, mas preserva a essência da receita passada pelos imigrantes de geração em geração. Após o tempero, a carne é envolvida pelo peritônio, que é uma membrana que recobre a parede abdominal do porco, e depois é armazenada por cerca de seis meses para a cura e a maturação para chegar ao produto final. Ele é servido em fatias finas para realçar o sabor.
A criatividade na hora de provar essa iguaria vendanovense não acaba por aí. “O socol se harmoniza com bebidas como vinhos e cervejas artesanais da região. Ele pode ser consumido puro, com azeite ou limão a gosto. A alta gastronomia o utiliza na composição de pratos bem elaborados como em molhos, coberturas e recheios de massas tanto de macarrão quanto de pães, na produção de risoto e hambúrguer artesanal”, explica Alexandre Zanete Cesquim, presidente da Associação de Produtores de Socol (Assocol).
Antes de ser conhecido no comércio, esse tipo de embutido foi alimento de italianos que vieram buscar melhores condições de vida. “O socol não é só um pedaço de carne que é vendido no mercado. Ele carrega a história de um povo. Na bagagem do imigrante, com certeza, havia socol. Esse embutido faz parte da história de superação e sucesso da imigração italiana, de Venda Nova”, finaliza Alexandre.
Outro capítulo importante nessa trajetória
Além do sabor especial e de fazer parte da imigração italiana, o socol celebrou mais de um ano de Indicação Geográfica (IG) neste mês. “O socol é um bem do Município que tem muita história. Ele ganhou espaço, visibilidade, capacitação e a indicação geográfica. A produção desse tipo de embutido atrai turistas e pretendemos ampliar o acesso a isso”, destaca Jorge Uliana, secretário Municipal de Turismo, Cultura e Artesanato.
IG é um registro concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) aos produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem. Esse reconhecimento valoriza o socol como um produto típico e representante da cultura italiana de Venda Nova do Imigrante.
A Assocol, que tem oito famílias associadas, recebeu a notícia da aprovação desse registro em 12 de junho de 2018 após cinco anos de tentativa. Agora, o produto é único no mercado. Ele é produzido nas comunidades de Alto Bananeiras, Bananeiras, Tapera, Alto Tapera e Providência e pode receber uma visita.
A história do socol continua. Venha descobrir e aproveitar para saborear nossos produtos!